28 novembro 2011

Novo volume de Jornalismo e Acontecimento

O livro Jornalismo e acontecimento: percursos metodológicos (Insular, 2011), lançado em novembro, é o segundo produzido no âmbito do convênio de cooperação Procad/CAPES que reúne os programas de pós-graduação em Comunicação da UNISINOS, UFMG, UFRGS e UFSC, por meio do projeto “Tecer: jornalismo e acontecimento”.  O primeiro volume – Jornalismo e acontecimento: mapeamentos críticos (Insular, 2010) – abordou o conceito de acontecimento em perspectiva multidisciplinar para formar uma epistemologia do acontecimento jornalístico. Tratou as teorias sobre a temática do acontecimento, trazendo-as para a reflexão no interior das teorias do jornalismo.
 O segundo volume apresenta um conjunto de percursos metodológicos, refletindo  sobre metodologias de pesquisa. O livro está organizado em duas partes: Proposições críticas, que reúne artigos sobre perspectivas metodológicas; e Acontecimentos em cena, com textos que permitem um contato com implicações, desdobramentos e modos de investigações específicas que derivam da complexa e instigante inter-relação entre jornalismo e acontecimento.
Do GPJor participam do segundo volume de Jornalismo e Acontecimento os professores Beatriz Marocco (As mortes e a morte no jornal. As aparições da morte em ZH), Christa Berger (Trajetória de vida e acontecimento: Simonal na ditadura) e Ronaldo Henn (Acontecimento em rede: crises e processos), além da doutoranda Karine Moura Vieira em artigo em co-autoria com a professora Virginia Pradelina da Silveira Fonseca, da UFRGS (O acontecimento em processo: a Crítica Genética no estudo da biografia).
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(Angela Zamin)

24 novembro 2011

Homofobia como acontecimento nas redes sociais

Adriana Amaral. Rafael Krambeck e Ronaldo Henn
O professor Ronaldo Henn, integrante do GPJor, participou do painel “Experiências em Mídias e Estudos de Gênero” realizado com o objetivo de apresentar e discutir algumas pesquisas em desenvolvimento sobre temáticas que exploram as relações entre as mídias e os gêneros e sexualidades no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da UNISINOS.
Henn falou sobre o tema “Homofobia como acontecimento nas redes sociais” durante a mesa “Questões LGBT e as Mídias”
Mais sobre a atividade, aqui.
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(Texto: Angela Zamin / Foto: Blog PPGCC)

23 novembro 2011

GPJor no twitter

A cobertura do 4º Seminário Aberto de Jornalismo, promovido pelo GPJor - Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo, também pode ser conferida através do twitter do Grupo, aquiOs mestrandos Kellen Höehr e João Vitor Santos foram os responsáveis pela cobertura do evento nesta plataforma.

22 novembro 2011

Dissecando a entrevista para chegar à prática jornalística

Grupo apresentou vídeo de jornalistas entrevistados
A última mesa do 4º Seminário Aberto de Jornalismo, do GPJor, foi destinada para a professora Beatriz Marocco, do PPGCC/UNISINOS, e sua equipe de pesquisa apresentar detalhes do trabalho O Controle Discursivo que Toma Forma e Circula nas Práticas Jornalísticas. Assim como todo o encontro, parte da pesquisa está centrada na entrevista. É a metodologia empregada que pretende chegar nas práticas do mundo da redação através do discurso. Embora ainda em andamento, já foi possível refletir sobre algumas questões apontadas através dos dados elencados.

Karine Vieira (Unisinos)
Karine Moura Vieira, doutoranda da Unisinos, apresentou um vídeo em que editou trechos de entrevistas realizadas pelo grupo. Mais do que mostrar metodologicamente como opera a entrevista para a pesquisa, o objetivo foi reproduzir trechos dos pensamentos dos jornalistas Caco Barcelo, Alexandra Coelho, Celito de Grandi, Marta Gleich, Eliane Brum, Laurentino Gomes, Liliana Pithan, Núbia Silveira e Ricardo Stefanelli, entrevistados pela pesquisa, sobre trajetória de vida e na redação, ideias sobre jornalismo e reportagem. “Nesse vídeo, podemos ver dois lugares de fala de jornalistas: o repórter que continua repórter e o repórter que se desloca e passa a ser gestor”.

Marcia Veiga (UFRGS)
É a deixa para Marcia Veiga, doutoranda da UFRGS, entrar com suas percepções sobre as vivências pessoais desses profissionais que acabam atravessando a prática. “As experiências das próprias vidas são narradas pelos jornalistas até antes de entrar na profissão”, pontua. É como se as vivências fossem uma espécie de “forja” para esse ser que se põe ao exercício de escutar.  E, além de toda essa experiência de vida e da necessidade de colocar o pé no barro e ir para rua no exercício da prática, os jornalistas destacam a importância da leitura. Claro que leitura, de um modo geral, é sempre vista como importante – e até fundamental – para o desenvolvimento de um jornalista. Mas a leitura de livros de outros jornalistas – os livros de repórteres – ocupa espaço importante no que os profissionais acreditam ser significativo na formação. Isso está também presente na reflexão de Thais Furtado, professora da Unisinos e doutoranda da UFRGS, sobre “como se aprende a ser jornalista”.
Thais Furtado e Beatriz Marocco (Unisinos)
Thais destaca que os jornalistas entrevistados falaram sobre aprender jornalismo na redação – fazendo, portanto – e poucos se referem à faculdade. “Quase todos são críticos com a Universidade e quase nenhum tem relação com a Universidade hoje”. Grande parte dos entrevistados considera a prática, os ensinamentos de outros repórteres, a leitura e a vocação pessoal como fatores importantes na concepção de um bom jornalista.

Como timoneira da pesquisa, Beatriz Marocco demonstra satisfação e entusiasmo com essas primeiras percepções levantadas pela pesquisa. Porém, o que parece empolgá-la ainda mais é o saldo desses dois dias de discussões no Seminário Aberto. Isso porque, além de destacar a importância de voltar o olhar para a prática jornalística, demonstra o papel da entrevista enquanto prática não só profissional, como também de pesquisa. "Descobrimos, todos juntos nesses dois dias, a riqueza da entrevista", comemora Beatriz.


Os trabalhos discutidos no Seminário Aberto irão compor um dos livros que trará resultados da pesquisa coordenada pela professora Beatriz Marocco.
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(Texto: João Vitor Santos)
(Fotos: Beatriz Sallet e Angela Zamin)

Os métodos, estratégias e técnicas no uso e na tessitura da entrevista

Mesa 3: Métodos, estratégias e técnicas
No segundo dia de Seminário Aberto de Jornalismo, promovido pelo GPJor, os trabalhos reiniciaram com a proposta de pensar as técnicas, métodos e estratégias da composição de uma entrevista. Para isso, os painelistas – Elisabeth Torresini (Fapa), Maria Jandyra Cavalcanti Cunha (UNB) e Carla Mühlhaus (jornalista e escritora) – trouxeram suas experiências enquanto entrevistadores ou como pesquisadores que vêem na entrevista um método de trabalho em mesa coordenada pelo professor Ronaldo Henn, integrante do GPJor.

Elizabeth Torresini (Fapa)
Elisabeth Torresini diz que enquanto historiadora nunca estava muito próxima da prática jornalista. Porém, quando se pôs a pensar a partir do uso que faz da entrevista para recompor a história, encontrou semelhança no seu trabalho e no do jornalista. “Todos podem ser historiadores, inclusive o jornalista. A diferença é que o historiador reconta suas narrativas sempre apoiada em referências”, destaca, lembrando que referências são as pistas que descobrem e que provam que aquela história de fato existiu. E vai além. Coloca a entrevista como “a história de um presente”. Isso traz a idéia temporal. O que faz entender porque o historiador usa outros recursos já que “não se tem como entrevistar pessoas do passado”. Manifesta certa admiração pela entrevista. Seja como história ou escritora, essa é uma metodologia presente na sua arte de recontar o passado seja de uma empresa ou de um indivíduo ou comunidade. “A entrevista torna as pessoas agentes da história”.

Maria Jandyra Cunha (UNB)
Maria Jandyra Cunha olha para a entrevista enquanto lingüista. Seu objeto dentro do jornalismo é o que chama de entrevista contada. “O que é diferente da entrevista velada”, definida por ela como aquela em que o jornalista dilui num texto o produto da entrevista. “É interessante ver como os jornalistas narram as entrevistas que fazem”, acrescenta. Quando orienta trabalhos na lingüística, pede que o pesquisador faça a transcrição integral das entrevistas realizadas e as apresente na tese ou dissertação. O que para Jandyra faz os estudos na área de jornalismo perder muito, pois poucos adotam essa prática. São estratégias que considera importantes do ponto de vista metodológica, já que traz a pauta e a entrevista enquanto um processo. Afinal, tema a entrevista “como um gênero textual”. Embora muitas vezes seja pensado como um gênero e acabe servindo a outro.

Carla Mühlhaus
Com um tom de bom humor e com muita franqueza, Carla Mühlhaus lembra que quando começou a trabalhar como jornalista não tinha a menor ideia do que era e como se fazia entrevista. Mais tarde, quando desenvolveu uma pesquisa sobre o assunto imaginou um caminho: “levar a prática para teoria, pensando uma monografia baseada em entrevistas”. Foi o que fez.  Hoje, mesmo distante do trabalho de repórter e como autora de livros, muitos contratados por encomenda, sente-se perto da entrevista como método de recontar histórias. “A entrevista está muito ligada a experiência”. Por isso, fala algo semelhante a Eduardo Veras - que participou da primeira mesa do Seminário: “o entrevistador tem de seduzir o entrevistado e o deixar confiante. Não existe boa entrevista sem a confiança dos dois”. Isso porque acredita que o ato dialógico da entrevista deve acontecer a partir de posturas como a troca e a escuta. E não a tensão da combatividade tão típica aos jornalistas.

Embora cada um tenha sua idéia de entrevista todos a reconhecem como um método. Vêem nela o espaço para construir e desenvolver suas estratégias através de uma técnica que acaba sendo própria de cada um. O que há, ainda, comum a todos é a ideia de que o processo de pensamento e execução da entrevista não podem estar alheio. Isso tanto numa pesquisa como numa reportagem. O que atualiza uma idéia já tratada no Seminário Aberto. Depois dessa terceira mesa, é possível se pensar na validade de outras formas de entrevista, como a via e-mail.  Contanto que isso fique posto e claro na narração que se faz daquela “entrevista”.
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(Texto: João Vitor Santos)
(Fotos: Angela Zamin)

21 novembro 2011

A entrevista e seus usos: do diálogo às relações de poder

 Miriam Chnaiderman e Daisi Vogel
Se os trabalhos da manhã motivaram reflexões sobre os locais de fala de quem usa a entrevista como instrumento de trabalho – seja no papel de entrevistado ou de entrevistador – a segunda mesa do Seminário Aberto de Jornalismo, promovido pelo GPJor, colocou o uso da entrevista ainda mais no centro do debate. Sob o tema Sujeito da entrevista: diálogo, relação com poder, Daisi Vogel, professora da UFSC, Liliana Sulzback, jornalista e diretora de cinema, Miriam Chnaiderman, psicanalista e documentarista, e Carlos Rafael Guimaraens, jornalista e escritor, trouxeram exemplos da inserção da entrevista em seus trabalhos. Para todos os painelistas, a sua produção se dá a partir de percepções que nascem a partir da entrevista e das relações dicotômicas entre diálogo e poder que se estabelecem nela.
Para a documentarista Miriam Chnaiderman, a “a psicanálise dá instrumentos para o que se passa na entrevista”.  E, em última instância, coloca a entrevista como uma busca à realidade dos fatos. “E é necessário pensarmos a entrevista enquanto algo que circula entre entrevistado e entrevistador”. Isso que circula é a matéria-prima para seus documentários. Só que nem sempre quem questiona e quem é questionado se alinham. É quando surge um detalhe que altera essa configuração: num documentário, é necessária inserção de equipamentos como a câmara. Para Miriam, colocar a maquinaria diante dos dois quebra a hierarquização que possa haver. Estando agenciados pelo maquínico, a circulação se dá em tom maior de igualdade. “A câmara desloca o sujeito-objeto e tira do entrevistador a posição de poder”.
Daisi Vogel (UFSC)
Daisi Vogel expõe que seu objeto de pesquisa foi a entrevista propriamente dita. Mais especificamente as que foram concedidas por Jorge Luis Borges. E para ela, para pensar a entrevista é preciso pensar “o que chamo de troca de turno de falas. No caso da entrevista por e-mail, só de fato se daria se houve um fluxo, interação na troca de mensagens”, acrescenta respondendo ainda uma provocação da primeira mesa. Durante a manhã, foi posto em questão o funcionamento da entrevista por e-mail que, em muitos casos, afasta-se da idéia dialógica e se coloca muito mais como uma produção textual. Assim, Daisi aproxima o conceito de entrevista à idéia de diálogo. Só que ela é ainda mais do que uma conversa. “Uma entrevista tem um fim. Tem seu caráter conversacional, mas se organiza de acordo com a situação e intenção dos envolvidos”.
Rafael Guimaraens
É mais ou menos a mesma linha que o jornalista Carlos Rafael Guimaraens traz na sua participação. Depois de relatar os deslocamentos de lugares de fala que já teve em torno da entrevista, recupera a importância de grandes entrevistas. “Que já tiveram lugar de destaque na imprensa”. E parra isso, exigia-se um esforço e o jornalista tinha de ir ao encontro de entrevistado. Nessa situação, nem se cogitava conversas via telefone, muito menos através de e-mail. “Essa prática (da entrevista escrita por e-mails) pode levar os jornais a um autismo, perdendo completamente o contato com o mundo real”, pontua ao criticar práticas de redações de fazer jornalismo com olhares só para seu interior.
Liliana Sulzback
A tarde encerra com a diretora de cinema Liliana Sulzback que, logo no começo da fala, dispara: “a entrevista não é privilégio do jornalista”. Com isso, quer evidenciar que é a base para o trabalho de vários profissionais. Entre eles, o documentarista. Apesar disso, traz uma tensão interessante. Entende que é preciso pensar um documentário além da narrativa baseada só nas entrevistas. “Não que isso não seja válido, mas precisamos pensar além e fazer esse exercício de colocar imagens nas entrevistas”. O fato de posicionar a entrevista como algo instrumental força uma relação sobre todo o processo de construção a partir da entrevista e não só através dela. Assim, destaca que, para quem quer trabalhar com documentário, o uso da entrevista “não pode ser um ato preguiço”. Ou seja, exige reavaliação e recomposição da narrativa num ritmo que será ditado pelo próprio desenrolar da entrevista.
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(Texto: João Vitor Santos)
(Fotos: Beatriz Sallet)

Entrevista: texto escrito a dois

Mesa 1: Jornalista - entrevistado e entrevistador
Pensar o jornalista enquanto entrevistador, mas também enquanto entrevistado. Essa foi a proposta da primeira mesa de trabalho do 4º Seminário Aberto de Jornalismo, promovido pelo GRupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo - GPJOr, que aconteceu ainda na manhã de segunda-feira. Eduardo Veras, da Unisinos, Fábio Pereira, da UNB, Isabel Travancas, da UFRJ, e Maria Jandyra Cavalcante Cunha, da UNB, destacaram o papel da entrevista como ferramenta tanto do jornalista como do pesquisador na sessão coordenada pela professora Christa Berger. Além disso, lembraram que quem pesquisa jornalismo e é jornalista acaba transitando por esses lugares de fala – hora de entrevistado, hora de entrevistador.
Eduardo Veras (Unisinos)
Veras abriu sua fala lembrando situações em que a entrevista naufragou e, se não comprometeu o produto final, ao menos casou grande embaraço entre quem perguntava e quem respondia. Para ele, o entrevistador deve trabalhar sempre com dois princípios: o de que é necessário uma preparação prévia e o de que é preciso ser sincero. “A entrevista é um pacto de confiança e sinceridade passa por isso. É preciso ser sincero até para reconhecer que não se conhece detalhes do trabalho de quem vai entrevistar”. E Veras conclui com a frase que passa a ser acolhida por todos na mesa: “entrevista não é disputa e nem transferência de saber. É um texto que a gente trama a dois”.
Maria Jandyra Cunha (UNB)
Maria Jandyra leva à mesa um texto de Luiz Cláudio Cunha. Sob o título “A entrevista: 1 fundamento, 2 perguntas, 3 condições”, ele apresenta a entrevista como microcosmos do jornalismo. Através das palavras de Cunha, reitera a idéia de que todo o fazer do jornalismo está baseado na entrevista. É a partir dela que se busca a informação. “E não se pode esquecer a contestação. Ela é parte da entrevista”, acrescenta Maria Jandyra.
Fábio Pereira (UNB)
Fabio Pereira traz um pouco de seu método de pesquisa que é baseado na entrevista. Para ele, o pesquisador não pode ver a entrevista em profundidade como o jornalista vê. “Não são aspas que reiteram o que você quer dizer”. Pereira defende uma atenção especial no trato da entrevista, levando em conta posturas e ambientes onde ela se dá. Bem como o tratamento que deve ser dado ao produto dessa entrevista enquanto fonte da pesquisa. “E no curso da entrevista, isso, muitas vezes, é lidar com disputa de poder entre o entrevistado. Principalmente quando ele é jornalista e sabe se colocar na entrevista”.
Isabel Travancas (UFRJ)
A manhã foi encerrada com a fala de Isabel Travancas, professora da UFRJ, e a reflexão de que a entrevista deve ser tida como ferramenta para a fala do outro. Como os demais, acredita que isso se dá a partir de um grande movimento de escuta e observação. “Ás vezes, é preciso perguntar sobre o que já se sabe para descobrir o que não se sabe”. Para ela, o diálogo que se dá – ou não – durante a entrevista é parte dela e tem significação. Sua fala encerra com duas provocações. A primeira diz respeito a pensar o jornalista no tempo. “Às vezes, ele não tem esse tempo de se preparar. Chega para te entrevistar na sétima matéria do dia e nem sabe o que faz ali diante de ti”. A outra provocação é uma proposta de pensar a entrevista mediada por outros suportes, como a internet.
Essa provocação movimentou o auditório. Em meio a quem defenda a primazia do contato visual e dialógico, há quem pense na funcionalidade e, em alguns casos, a necessidade da entrevista via internet, em especial via e-mail. O que fica da provocação é pensar que embora não possa ser descartada, esta não deve ser tomada como prática corrente e única alternativa. Ou seja, a validade deve ser pensada na individualidade de cada um dos casos.

(Texto: João Vitor Santos)
(Fotos: Beatriz Sallet)

Um olhar das práticas através da entrevista

Beatriz Marocco (Unisinos)
O 4º Seminário Aberto de Jornalismo, promovido pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo - GPJor, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, foi aberto na manhã de hoje com a fala da professora doutora Beatriz Marocco. Além de apresentar um mapa de como será o encontro, destacou que discussões em torno da entrevista serão o norte para os debates. A proposta é olhar as práticas jornalísticas a partir da entrevista. “Pensamos a entrevista como forma de aproximar a prática jornalística”.
Beatriz coordena a pesquisa O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas, desenvolvida com financiamento do CNPq. O trabalho tem o olhar voltado para o controle discursivo. E para chegar a ele, foi necessário um movimento em direção aos jornalistas de redação. O primeiro passo foi a aplicação de uma enquete com 49 questões. Para se ter idéia, numa primeira fase, o questionário foi respondido por 57 jornalistas de 49 cidades do Rio Grande do Sul. E, na segunda fase, foi respondido por 73 jornalistas de jornais de referência (ZH, Folha e Estadão).
Num segundo momento, a pesquisa focou na técnica de entrevista em profundidade. Entre 2010 e 2011 foram ouvidos 14 jornalistas, entre eles 10 brasileiros, uma portuguesa e três espanhóis. Muitos mapeados pela enquete ou pela referência do pesquisador. As entrevistas levaram em média uma hora e meia e sempre tendo como apoio o grupo de pesquisa GP Jor. “O que marca bem é que comecei pensando em controle discursivo. E, como jornalista, sempre pensei que somos muito controlados. E com as entrevistas em profundidade fomos vendo que esse controle também corresponde a resistência”, aponta Beatriz.
Angela Zamin (Unisinos)
Em seguida, a doutoranda Angela Zamin apresentou alguns números levantados a partir da enquete. A partir daí, os trabalhos efetivamente foram abertos com a apresentação da primeira mesa. Nela, Eduardo Veras, da Unisinos, Fábio Pereira e Maria Jandyra Cavalcanto Cunha, ambos da UNB, e Isabel Travancas, da UFRJ, falam sobre jornalista enquanto entrevistado e entrevistador.
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(Texto: João Vitor Santos)
(Fotos: Beatriz Sallet)

18 novembro 2011

A entrevista para o estudo das práticas jornalísticas

(clique para ampliar)
No encerramento da quarta edição do Seminário Aberto de Jornalismo, promovido pelo Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo – GPJor (PPGCC/Unisinos), a equipe da pesquisa O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas, coordenada pela professora Beatriz Marocco, abordará o tema “A entrevista para o estudo das práticas jornalísticas – questões e elaborações de pesquisa”. Participam da atividade as doutorandas Angela Zamin (UNISINOS), Karine Moura Vieira (UNISINOS), Marcia Veiga (UFRGS) e Thaís Furtado (UNISINOS / UFRGS).
O evento acontece na próxima semana, nos dias 21 e 22, das 9h às 17h, na Unisinos São Leopoldo, e tem como tema geral “A entrevista – nas práticas e nos estudos em jornalismo”.
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As inscrições, gratuitas,  se encerram nesta sexta, dia  18,  e podem ser feitas aqui.
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Mais informações sobre o Seminário Aberto de Jornalismo, aqui.
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(Angela Zamin)

11 novembro 2011

Métodos, estratégias e técnicas

As professoras Elisabeth Torresini, da Faculdade Porto-Alegrense (FAPA), e Maria Jandyra Cavalcanti Cunha, da Universidade de Brasília (UNB), e a jornalista e escritora Carla Mühlhaus, sob mediação do professor Ronaldo Henn, debaterão durante o 4º Seminário Aberto de Jornalismo a temática “Métodos, estratégias e técnicas” a partir do tema geral do evento que é “A entrevista – nas práticas e nos estudos em jornalismo”. Promovido pelo Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo – GPJor (PPGCC/Unisinos), o evento acontece nos dias 21 e 22 deste mês, das 9h às 17h, na Unisinos, São Leopoldo, e integra as ações da pesquisa O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas, coordenada pela professora Beatriz Marocco.
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As inscrições se encerram no dia 18 e podem ser feitas aqui.
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Mais informações sobre o Seminário Aberto de Jornalismo, aqui.
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Saiba mais sobre os palestrantes:
• Carla Mühlhaus - Jornalista e escritora, mestre em comunicação e cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde defendeu dissertação sobre a entrevista jornalística. Atuou como redatora e produtora editorial freelancer para as editoras Aeroplano, Senac Rio, (X) Brasil e Record. Escreve para agências de comunicação e presta assistência editorial. Autora de “Por trás da entrevista” (Record, 2007).
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• Elisabeth Torresini - Doutora em História do Brasil (UFRGS, 2002), professora convidada dos cursos de especialização da FAPA. Atua na Editora Medianiz. Pesquisa a história cultural das editoras, livros e leitura; história empresarial e institucional. É autora, entre outros, de “Editora Globo: uma aventura editorial nos anos 30 e 40” (EDUSP e Editora da UFRGS, 1999) e “História de um sucesso literário: Olhai os lírios do campo de Erico Verissimo” (Literalis, 2003).
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• Maria Jandyra Cavalcanti Cunha - Doutora em Linguística pela Lancaster University, da Inglaterra; mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina; e licenciada em Letras  pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Realizou estudos de pós-doutorado em Linguística Aplicada na Universidade Estadual de Campinas e em Comunicação na Universidade de Brasília. Lecionou no Instituto de Letras da UnB e na Faculdade de Humanidades e Educação da The West Indies University.  Atualmente é Pesquisadora Plena no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UnB.
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(Angela Zamin)

08 novembro 2011

Definida programação dos GTs do Seicom 2011

O PPGCOM da Famecos/PUCRS definiu a programação dos Grupos de Trabalho  do XI Seminário Internacional da Comunicação – Seicom 2011, que acontece de 16 a 18 deste mês. O GPJor participa do evento com cinco trabalhos: A construção do acontecimento jornalístico a partir dos processos interativos da Cibercultura, de Alciane Nolibos Baccin (Mestranda UNISINOS); De que se alimentam as revistas: análise da cobertura do segundo turno das Eleições 2010, de Felipe de Oliveira (Mestrando UNISINOS); Processualidade no jornalismo: anotações, filtros e memória na construção da reportagem, de Luis Fernando Assunção (Doutoranda UNISINOS); Contando histórias sobre o mundo: uma reflexão sobre o jornalismo internacional a partir das narrativas de Clóvis Rossi e Larry Rohter, por Karine Moura Viera (Doutoranda UNISINOS) e Ivan Bomfim (Doutorando UFRGS); e No jornal e no “livro de repórter”: interesse jornalístico e importância histórica na crise Colômbia-Equador, de Angela Zamin (Doutoranda UNISINOS).
O trabalho de Alciane Nolibos Baccin será apresentado no GT Estudos em Jornalismo, no dia 17, às 14h, Prédio 7, Sala 214 e integrará a Mesa Estudos de Jornalismo em Televisão. Os doutorandos Luis Fernando Assunção, Karine Moura Viera (em co-autoria com Ivan Bomfim) e Angela Zamin apresentam também no dia 17, às 14h, Prédio 7, Sala 209, na Mesa Processos de Produção no Jornalismo. O trabalho do mestrando Felipe de Oliveira será apresentado no GT Comunicação Política no dia 17, às 14, Prédio 7, Sala 312, na Mesa Campanhas e Propaganda Política.
No total, 27 trabalhos de discentes e docentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – PPGCC/UNISINOS serão apresentados no evento.
Para acessar os resumos dos trabalhos do GPJor, aqui.
Para acessar a programação completa dos GTs, aqui.
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(Angela Zamin)

07 novembro 2011

GPJor na SBPJor

Durante o 9º Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo, realizado de 3 a 5, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ), o GPJor apresentou dez trabalhos, dois na Sessão Coordenada "A morte como acontecimento jornalístico: possibilidades metodológicas" e os demais nas Sessões Livres. Participaram do evento os professores Beatriz Marocco (Fragmentos de vidas exemplares), Christa Berger e Ronaldo Henn (Morte, acontecimento e redes sociais: das raízes da cultura à Amy Winehouse) e os discentes Alciane Nolibos Baccin (Mídias sociais e critérios de noticiabilidade na construção do Acontecimento Jornalístico Geisy Arruda – Uniban), Aline Dalmolin (O grito silencioso: revistas católicas e discurso sobre aborto), Angela Zamin (Rede informativa e a editoria de internacional: meios de comunicação como fontes em O Estado de S. Paulo), Felipe de Oliveira (Acontecimento jornalístico: a reforma agrária como campo problemático e objeto semiótico), Giovanni Rocha (Explorações sobre as práticas de correspondentes internacionais e enviados especiais), Karine Moura Vieira (Aventura da história de vida: o desafio de biografar no jornalismo), Kellen Mendes Höehr (O atropelamento dos ciclistas em Porto Alegre: da cobertura midiática aos colaboradores) e Marcia Veiga (Gênero: um ingrediente distintivo nas rotinas produtivas do jornalismo).
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Professora da Unisinos integra nova diretoria da SBPJor
A professora Christa Berger, integrante do GPJor, passou a integrar a nova diretoria da SBPJor, eleita no dia 4, durante o 9º Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo, evento organizado pela entidade. A nova Diretoria Executiva é formada pelos professores Dione  Moura (UnB), presidente; Kênia Maia (UFRN), vice-presidente; Demétrio de Azeredo Sóster (UNISC), Diretor Administrativo; Luciana Mielniczuk (UFRGS), Diretora Científica; e  Iluska Coutinho (UFJF), Diretora Editorial.
A professora Christa Berger integra o Conselho Científico junto de Beatriz Becker (UFRJ), Edson Fernando Dalmonte (UFBA), Fábio Henrique Pereira (UnB), Fernando Resende (UFF), José Luiz Aidar Prado (PUC-SP) e José Luiz Proença (USP). O Conselho Administrativo é formado por Edna Mello (UFT), Paula Melani Rocha (UEPG), e Joanita Mota de Ataíde (UFMA).
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(Angela Zamin)

05 novembro 2011

Integrantes do GPJor ganham Prêmio Adelmo Genro Filho da SBPJOR

Hebe Gonçalves e Ronaldo Henn
O Prêmio Adelmo Genro Filho de Pesquisa em Jornalismo, da SBPJor – Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, foi entregue no dia 3 de novembro durante a abertura do  9º Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo, realizado na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Dois colegas de GPJor receberam a premiação.
Beatriz Becker e Hebe Gonçalves
Hebe Gonçalves Dias foi a vencedora da sexta edição do Prêmio na categoria Melhor Tese de Doutorado, com a pesquisa sobre as rotinas de produção de agências de notícias brasileiras e os processos de distribuição de informações entre os principais grupos midiáticos. A tese “A atuação das agências de notícias nacionais – Estado, Folha Press e O Globo  como  distribuidoras de conteúdo no interior dos conglomerados de mídia”, defendida no ano passado, foi orientada pelo professor Ronaldo Cesar Henn, integrante do GPJor. Hebe é professora na UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa - e participou do Grupo durante o doutoramento. Mais sobre a conquista da Hebe, aqui.
Marcia Veiga, Claudia Quadros e Virginia Fonseca
Marcia Veiga, doutoranda e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação (PPGCOM/UFRGS) e integrante do GPJor, recebeu o Prêmio Melhor Dissertação de Mestrado PAGF 2011 pelo trabalho “Masculino, o gênero do jornalismo: um estudo sobre os modos de produção das notícias”, orientado pela professora da UFRGS Virginia Pradelina da Silveira Fonseca. Mais sobre a conquista da Marcia, aqui.
Tatiana Teixeira e Marcelo Salcedo Gomes
O Prêmio Melhor Trabalho de Conclusão de Curso foi concedido a Marcelo Salcedo Gomes, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCC/UNISINOS). O prêmio foi concedido pelo trabalho “As Fantásticas Fotografias da National Geographic”, orientado pela professora Cybeli Almeida  Moraes, doutoranda pelo PPGCC/UNISINOS.
Egressos da UNISINOS premiados com o PAGF
A premiação de Hebe Gonçalves Dias, egressa do PPGCC/UNISINOS, e de Marcelo Salcedo Gomes, ex-aluno de graduação da UNISINOS e mestrando na mesma instituição também foi destaque no blog do PPG. 

(Texto: Angela Zamin / Fotos: Alciane Nolibos Baccin, Angela Zamin e Kellen Höehr)

04 novembro 2011

Sujeitos da entrevista: diálogo, relação de poder

A professora Daisi Vogel, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a diretora e produtora audiovisual Liliana Sulzbach, a psicanalista e documentarista Miriam Chnaiderman e o jornalista e escritor Rafael Guimaraens participarão da mesa “Sujeitos da entrevista: diálogo, relação de poder”, a ser coordenada pela professora Suzana Kilpp, do PPGCC/Unisinos. A atividade integra a programação do 4º Seminário Aberto de Jornalismo, que acontece nos dias 21 e 22 de novembro, das 9h às 17h, na Unisinos São Leopoldo.
Tendo como tema central “A entrevista – nas práticas e nos estudos em jornalismo”, a atividade é uma promoção do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo – GPJor (PPGCC/Unisinos), a partir da pesquisa O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas, coordenada pela professora Beatriz Marocco.
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As inscrições para o evento seguem até o dia 18 deste mês e podem ser feitas aqui.
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Mais informações sobre o Seminário Aberto de Jornalismo, aqui.
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Saiba mais sobre os palestrantes:
• Daisi Vogel - Jornalista, doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente é professora do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. Sua pesquisa está voltada às relações jornalismo e literatura, ao jornalismo cultural e à revista ilustrada. Autora de “Borges e a entrevista” (Insular, 2008).



• Liliana Sulzbach - Jornalista e mestre em Ciência Política, diretora e produtora audiovisual desde 1992. Entre outros, realizou os filmes  "A Invenção da Infância", "O Cárcere e a Rua" e os inéditos "A Cidade" e "Sonho de
Guri".
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• Miriam Chnaiderman - Psicanalista, ligada ao Departamento de Psicanálise do Sédes Sapientiae. É mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e doutora em Artes pela Universidade de São Paulo (USP). Ensaísta e escritora, tem dois livros publicados: “O hiato convexo: literatura e psicanálise” (Brasiliense) e “Ensaios de Psicanálise e Semiótica” (Escuta). É diretora dos curtas documentário: “Dizem que sou louco” (1994), “Artesãos da Morte”(2001), “Gilete Azul”(2003), “Isso, aquilo e aquilo outro”(2004), “Você faz a diferença (2005) , “Passeios no Recanto Silvestre”(2006), “Afirmando a vida” (2009), “M’boi Mirim, Dos ïndios, das Águas, dos Sonhos”(2009). Realizou os médias-metragens, “Procura-se Janaína” (2007) e “Sobreviventes”(2008).
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• Rafael Guimaraens - Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Foi repórter, editor e secretario de redação do Coojornal, da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre. No jornal Diário do Sul, do grupo Gazeta Mercantil, atuou como editor de política. É autor de O Livrão e o Jornalzinho (infantil, 1997), Pôrto Alegre Agôsto 61 (2001), Trem de Volta – Teatro de Equipe (com Mario de Almeida, 2003), Tragédia da Rua da Praia(2005), Teatro de Arena – Palco de Resistência (2007), Abaixo a repressão! (com Ivanir José Bortot, 2008) e A Enchente de 41 (2009). Editou os livros Legalidade, 25 Anos (1986), Dispersos, de Eduardo Guimaraens (2002), que recebeu o Prêmio Açorianos de Poesia, e Morcego em Paris, de Carlos Rafael Guimaraens (2007). Também atua no mercado áudio-visual como roteirista.
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(Angela Zamin)