07 julho 2008

Enquadramentos e exclusões jornalísticos


Desde o mestrado venho me interessando por processos de produção da notícia. Inicialmente, ocupei-me com a pauta e suas dinâmicas tanto organizacionais quanto potencialmente criativas. Depois passei a investigar coberturas mais extensas e constatei que existem fluxos que são capturados por codificações pesadas que amenizam o comportamento espasmódico dos acontecimentos jornalísticos. Na seqüência, comecei a me dedicar a ocorrências específicas: as que envolvem criminalidade e segmentos vulneráveis da sociedade. Em uma parceria com as psicólogas Carmen Oliveira e Marta Conte, junto à assistente social Maria Palma Wollf, montamos grupo transdisciplinar que realizou duas pesquisas sobre este tema e a através das quais muitos insumos foram processados. Por algumas intempéries o grupo se desfez, mas me mantive vinculado às questões nele trabalhadas, com destaque às operações de enquadramento que o jornalismo engendra ao tratar de comunidades periféricas e que dispositivos de memórias isso gera. Teoricamente movimento-me pela cartografia semiótica da Teoria dos Signos de C. S. Peirce, pela semiosfera de Iuri Lotman e as perspectivas construcionistas do jornalismo.

(Ronaldo Henn)

Nenhum comentário: