29 janeiro 2009

Sobre o fotógrafo



A biografia do fotógrafo Henri Cartier-Bresson (1908-2004) pode ser conhecida por meio do livro Cartier-Bresson: o olhar do século. Publicado pela L&PM, a obra foi construída após cinco anos de conversas entre o fotógrafo e seu biógrafo, o jornalista francês Pierre Assouline. No livro a vida e a obra de Cartier-Bresson; sua devoção à pintura; a viagem à África, onde tirou suas primeiras fotos; a decisão de se tornar fotógrafo; a descoberta, na revista Photographies, da imagem que mudou sua vida; o encontro com a Leica, a câmera que definiu sua maneira de fotografar; a vida de repórter fotográfico ao redor do mundo, entre outros relatos. A obra também descreve o nascimento da Magnum, a agência de fotojornalismo mais bem-conceituada do planeta, fundada por Cartier-Bresson, Robert Capa, David "Chim" Szymin, George Rodger e William Vandivert, em 1947. Traz ainda um caderno com imagens do acervo pessoal do fotógrafo. Cartier-Bresson transformou a história da imagem e do jornalismo, tornando-se o mais importante fotógrafo de sua época.

(Angela Zamin)

27 janeiro 2009

Sobre o discurso noticioso



O professor João Carlos Correia, da Universidade de Beira Interior, Portugal, acaba de lançar pela Editora LabCom, sob o selo Estudos em Comunicação, o livro Teoria e Crítica do Discurso Noticioso: Notas sobre Jornalismo e Representações Sociais. Na obra, Correia ensaia a possibilidade de um diálogo entre conceitos sociofenomenólógicos e a Análise Crítica do Discurso, ambas aplicadas ao campo do texto jornalístico. O livro resulta de um trabalho pós-doutoral, realizado na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, com a inspiração de Teun van Dijk e de Miquel Rodrigo Alsina e se inscreve na área da Teoria da Notícia.
O livro Teoria e Crítica do Discurso Jornalístico pode ser descarregado, gratuitamente, aqui.
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(Angela Zamin)

25 janeiro 2009

Cursos online gratuitos da BBC

A BBC oferece cursos de capacitação online gratuitos e também disponibiliza guias que ensinam habilidades em produção de mídia e audiovisual. A duração dos módulos varia entre dez minutos a uma hora, e todos são em inglês. Os cursos incluem produção de vídeo (filmagem, pré e pós-produção); edição em Cool Edit Pro; entrevistas para rádio; microfones, minidiscos e som para rádio; Manual de redação e estilo da BBC; e para gerentes, como dar e receber feedback. Os cursos são parte da página de Treinamento e Desenvolvimento da BBC, que também conta com módulos presenciais. Veja todos os módulos aqui.
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(Angela zamin)

19 janeiro 2009

Jornalismo público é tema de programas



O debate sobre o jornalismo público no Brasil é o tema da série de entrevistas realizadas na disciplina de Crítica das Práticas Jornalísticas por mestrandos e doutorandos do PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos, em sua maioria integrantes do GPJor. Reunindo profissionais e pesquisadores da área, foram produzidos dez programas em áudio que totalizam cerca de uma hora de gravação. A Série Jornalismo Público será veiculada, em breve, aqui e em rádios universitárias.
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- Temáticas: o que é jornalismo público, seu surgimento nos Estados Unidos e o uso do conceito no Brasil é a temática que abre a Série, que discute também a função pública do jornalismo e a formação dos jornalistas nesse sentido. As experiências brasileiras, especialmente a TV Brasil, mantida pela EBC – Empresa Brasil de Comunicação –, e a Fundação Cultural Piratini, mantenedora da TVE e da FM Cultura no Rio Grande do Sul, e o financiamento da comunicação pública são outros temas trabalhados a partir dos entrevistados.
A série contempla, ainda, reflexões sobre jornalismo público e canais privados; jornalismo público e a participação dos cidadãos; e jornalismo público e o terceiro setor. Também perpassa a Série de programas a indagação: há jornalismo público no Brasil?
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- Entrevistados: o trabalho de produção da Série Jornalismo Público, desenvolvido ao longo do segundo semestre de 2008, na disciplina de Crítica das Práticas Jornalísticas, foi finalizado em janeiro deste ano. Participam como entrevistados os professores, pesquisadores e jornalistas: Eugênio Bucci, pesquisador visitante do ILEA/USP, ex-presidente da Radiobrás, membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura/SP); Helena Chagas, diretora de Jornalismo da EBC – Empresa Brasil de Comunicação; James Görgen, mestrando do PPG em Comunicação e Informação da UFRGS, coordenador do Projeto Donos da Mídia no Brasil, foi secretário-executivo do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e vice-presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Piratini (TVE e da FM Cultura/RS), atualmente participa do curso de formação para a carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Planejamento; Laurindo Leal Filho, da ECA/USP e do PPG da Faculdade de Comunicação Casper Líbero, apresentador do programa VerTV, pela TV Brasil e TV Câmara, ouvidor da EBC – Empresa Brasil de Comunicação; Luiz Martins da Silva, da UnB, coordenador do projeto SOS Imprensa, que acompanha e analisa casos de erros e abusos da mídia, Marcio Fernandes, da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, presidente do Fórum Nacional de Coordenadores de Comunicação das Universidades Estaduais e Municipais; Tereza Cruvinel, presidente da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, gestora da TV Brasil.
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- Produção: a produção da Série Jornalismo Público foi realizada pelos alunos Angela Zamin, Camila Arocha, Daniel Cassol, Eloísa Klein, Felipe Boff, Grace Kelly Bender Azambuja, Helio Paz, Jaqueline Torres, Joel Guindani, Luis Marcelo Miranda, Maria Joana Chaise, Marina Chiapinotto e Vera Martins, sob a supervisão da professora doutora Beatriz Marocco.
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- Contato: a solicitação do material em áudio pode ser realizada pelo e-mail estudosemjornalismo@gmail.com
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(Angela Zamin)

14 janeiro 2009


When - Un punto de inflexión para reflexionar sobre el futuro; Who - El periodismo visto por el público y por los propios periodistas; How - Las aptitudes enolucionan al ritmo que marcan los medios; Where - Las tecnologias condicionan la elaboración de las informaciones; What & Why - Los temas de siempre basados en los motivos de siempre

A partir das clássicas perguntas do jornalismo - Quando (When), Quem (Who), Como (How), Onde (Where), O quê (What) e Por quê (Why) - estudantes do quarto ano da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra propõem um debate sobre o futuro do Jornalismo. Em 32 páginas, a revista Puntoyseguido, na edição 'Construimos el periodismo del mañana con las 5W de ayer', mostra o que querem os jornalistas, como pode ser o futuro do jornalismo e o que os cidadãos pensam acerca dos jornalistas. Puntoyseguido traz, ainda, uma produção visual excelente.


Acesse clicando aqui ou na figura acima.

(Angela Zamin)

13 janeiro 2009

Ladrão do bem existe?!? Como não ser governado por este tipo de jornalismo?

A crítica aos meios de comunicação insere-se, na sua maioria, no contexto de responsabilizá-los por sua atuação. Os argumentos utilizados são focados em problemas recorrentes, como descumprimento do pluralismo, noção básica do jornalismo, conduta que falta à ética ou que se utiliza largamente de artifícios sensacionais e mesmo falta de independência editorial frente a outros campos concorrentes ao jornalístico. Pela compreensão de que a vigilância às práticas da mídia deve ser constante é que relatamos o caso a seguir, ocorrido no mês de setembro de 2008, e que reapareceu no final do ano, época em que são realizadas as retrospectivas dos fatos marcantes do período.
O episódio singular aconteceu no interior gaúcho e chamou a atenção da mídia do país inteiro. Um ladrão de carros, após furtar um veículo na principal avenida da cidade de Passo Fundo, a 300 km de Porto Alegre, constatou a existência de uma criança de 5 anos no interior do automóvel e deu início a um fato inusitado: procurou um orelhão e telefonou para a Brigada Militar informando o roubo e avisando o endereço onde estaria abandonando o veículo com a criança. Como se não bastasse, pediu aos policiais para que repassassem um recado malcriado aos pais do menino, ameaçando-os de morte. Na mensagem, gravada e disponibilizada pela Brigada Militar para ser amplamente divulgada pela mídia, o ladrão demonstrou-se indignado pela irresponsabilidade dos que deveriam zelar pela criança, que a deixaram dormindo enquanto encontravam-se com alguns amigos em um bar.
Por sua singularidade, o fato apresenta valor-notícia para ser reproduzido pelos veículos de comunicação, sem dúvida. Entretanto, o registro discursivo realizado fez com que nos dias subseqüentes ao acontecido, a população da cidade interiorana de 200 mil habitantes comentasse a respeito do “ladrão do bem”, do “bandido herói” e chegasse ao extremo de tratá-lo como “o nosso ladrão” em comentários de sites, cartas e e-mails endereçados e posteriormente publicados pelos veículos de comunicação. E o comportamento não foi adotado apenas pelos jornais, emissoras de rádio e televisão locais, mas também pela mídia nacional, que tratou o inusitado com amplo destaque durante os dias seguintes.
O alarde da mídia contou com o aval de declarações da delegada da Polícia Civil, Claudia Crusius, que afirmou na ocasião não pretender pedir a prisão do ladrão. Disse ela que o “rapaz teve bom senso” e que sua atitude a levou a manter a “esperança na humanidade”, discurso logo alterado quando da prisão do bandido, cinco dias depois, após uma seqüência de três assaltos.
Observar este comportamento da mídia nos permite uma compreensão de como os critérios de noticiabilidade, em alguns casos, acabam por desviá-la da possibilidade de provocar uma reflexão concreta de âmbito social e, quiçá, alguma mudança positiva na forma de agir da sociedade. A forma como foi materializado discursivamente o acontecimento citado, num primeiro momento, fez com que a grande maioria dos leitores da notícia pretendessem saudar o ladrão por seu ato de bondade perante o abandono da criança pelos pais. O mesmo abandono que inclusive soube-se, posteriormente, era recorrente na família, mas que, assim como a seqüência de assaltos cometida pelo malandro nos dias posteriores, não mereceu, na opinião da mídia, o mesmo espaço destinado à proclamação do ‘ladrão do bem’.
Michel Foucault, quando perguntado sobre o que é a crítica, parte do princípio de que esta possa ser a arte de não ser governado, de ter uma direção de consciência isenta. Poderíamos nos perguntar, assim como Foucault, a partir da construção de uma realidade em que ladrões não são mais tratados como bandidos, mas sim como pessoas dotadas de ética, caráter e bom senso, de que forma podemos não ser governados por este jornalismo, por este tipo de princípios aos quais o jornalismo hoje está vinculado?

(Maria Joana Chaise)

Bandido até que se prove o contrário

Novembro de 2002: Hanry Silva Gomes de Siqueira, 16 anos, pobre, negro e morador de favela, foi assassinado no Morro do Gambá, Complexo do Lins e Vasconcelos no Rio de Janeiro, com um tiro no peito.Versão dos policiais: por volta das 19:40h os policiais foram recebidos a tiros por bandidos na favela, houve “intensa troca de tiros” com “marginais” posicionados na parte alta do morro.
Hanry foi encontrado baleado no peito, com um revólver e trouxinha de maconha ao lado. Sua morte foi registrada na 25ª DP como “auto de resistência” (morte em confronto com a polícia). Confronto entre policiais e bandidos é uma situação retratada freqüentemente nos veículos de comunicação. O que não é comum é a mãe do “criminoso” ao longo de 06 anos tentar provar a inocência do filho e denunciar os próprios policiais pelo crime.
Márcia de Oliveira Jacintho, mãe de Hanry, terminou o 2º grau, entrou na Faculdade de Direito e, com uma máquina fotográfica e um gravador passou a conduzir sozinha a investigação. Enfrentou a burocracia e a má vontade do poder judiciário. E encontrou as provas: no dia, não houve tiroteio, fato confirmado por várias testemunhas; um dos laudos periciais comprovou que Hanry foi morto com tiro disparado próximo a ele e de cima para baixo; a prova encontrada contra o rapaz é o chamado “kit bandido”, caracterizado como um revólver e trouxas de maconha implantados pela polícia para justificar a execução. Com isso, no dia 02/09/2008 os PM’s foram julgados e condenados a nove anos de prisão.
História como a de Hanry não é exceção. A morte em confronto, em especial em favela, é tratada como legítima defesa pela polícia, mesmo quando as evidências apontam o contrário. De janeiro de 2006 a abril deste ano, 2.895 pessoas morreram supostamente enfrentando a polícia no estado do Rio de Janeiro, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Este ano, de janeiro a abril, foram 492 casos - quatro mortos por dia ou um a cada seis horas. Quantos são inocentes? Quantos têm mães que buscam os verdadeiros os culpados?
O que mais incomoda é tentar entender por que histórias como estas não se destacam? Como explicar o silêncio da imprensa diante de tal fato? São atitudes como a de Márcia que não devem ser esquecidas. Uma coragem que serve de exemplo contra a repressão imposta pelo poder público não merece apenas uma “nota de esclarecimento”. Acredita-se que os leitores se interessam pelo aprofundamento e acompanhamento de acontecimentos libertadores como o exposto acima.
Talvez o que falte mesmo é o empenho da mídia em se inteirar dos fatos e incentivar tais ações no espaço midiático. Enquanto uns casos são lembrados, outros caem no esquecimento, ainda mais se a pessoa em questão for pobre, negra, moradora de favela, enfim, um bandido, até que se prove o contrário.
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Referências
AQUINO Ruth de. A mãe coragem do Morro do Gambá. Revista Época. Rio de Janeiro, n. 539.
O GLOBO. Informações falsas emperram investigações sobre mortes de inocentes.
REDE CONTRA VIOLÊNCIA. Hanry Silva Gomes de Siqueira - Complexo do Lins.

(Jaqueline da Silva Torres Cardoso)

03 janeiro 2009

Defesa de Tese

O doutorando Mário Messagi Júnior, integrante do GPJor, defende nesta segunda, dia 5, a tese de doutorado “O texto jornalístico no centro de uma revisão da história da imprensa no Brasil”. A banca examinadora será formada pelos professores Antonio Carlos Hohlfeldt, da PUCRS; Marialva Carlos Barbosa, da UFF; Beatriz Alcaraz Marocco, Ronaldo César Henn e Christa Berger (orientadora), da Unisinos. A sessão pública de defesa inicia às 14h, na sala 3A108.
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(Angela Zamin)