Professor António Fernandes durante Escola de Outono, na UNL
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"Guerra e terrorrismo: uma falsa relação" foi o tema da conferência do professor António Horta Fernandes, do Departamento de Estudos Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FSCH), da Universidade Nova de Lisboa. Fernandes falou da impossibilidade em associar esses conceitos, uma vez que por mais que os atos terroristas afetam atores e poderes políticos internacionais, o objetivo não é político como nas guerras, mas a violência pela violência.
Para o professor, dedicar-se à violência é diferente de dedicar-se à política, apesar de esta ter uma dimensão violenta, conflitual, bélica. “A dimensão violenta da política, que as vezes se sobrepõe as outras, é diferente de subordinar a política à violência, a um substrato violento”. Por outro lado, segundo Fernandes, o terrorismo se apresenta com essa dimensão violenta, mas tenta revesti-la por uma ideologia, por um ideal. Apesar disso, “os meios são os fins, a violência em si”, acrescenta.
Ao relembrar Bush e sua declaração ‘guerra ao terrorismo’ o professor da UNL disse que tal expressão vale apenas como retórica. Na sua avaliação, aliar guerra a terrorismo acaba por legitimar o segundo e dar-lhes um poder que apenas os estados nacionais têm: o de fazer guerra. Ainda sobre a ‘guerra ao terrorismo’, Fernandes destaca que Bush não ordenou o ataque a um grupo terrorista, mas a um estado, o Afeganistão, tal a impossibilidade de se balizar o espaço ocupado “pela cartografia do mal”.
A conferência do professor António Horta Fernandes integrou a Escola de Outono, promovida conjuntamente pela FSCH/UNL; o Observatório Político; e o Institut d'Études Politiques – Sciences Po, de Poitiers, França.
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Jornalismo e guerra é o tema da entrevista realizada por mestrandos da Cásper Líbero com Dov Shinar, jornalista, professor e pesquisador paulista que vive em Israel, publicada na primeira edição da Revista Contempo, recentemente lançada. A íntegra de "Jornalismo de guerra e jornalismo de paz: o valor de notícia e as narrativas de conflitos" pode ser conferida aqui.
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(Angela Zamin, de Lisboa)
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