09 setembro 2011

GPJor tem dez trabalhos aprovados para a SBPJor


Docentes e discentes integrantes do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo – GPJor tiveram seus trabalhos selecionados para o 9º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Promovido pela Sociedade Brasileira de Pesquisa em Jornalismo – SBPJor, o evento será realizado entre os dias 3 e 5 de novembro, na Escola de Comunicação da UFRJ. O tema desta edição será Jornalismo e Mídias Digitais.
Os professores Beatriz Marocco (Fragmentos de vidas exemplares) e Ronaldo Henn (Morte, acontecimento e redes sociais: das raízes da cultura à Amy Winehouse) integrarão a Sessão Coordenada “A morte como acontecimento jornalístico: possibilidades metodológicas”, que reúne trabalhos dos professores Daisi Vogel e Gislene Silva, da UFSC, e Bruno Souza Leal, Elton Antunes e Paulo Bernardo Vaz, da UFMG, todos participantes do projeto Tecer/Procad.
Nas sessões livres serão apresentados trabalhos pelas doutorandas Aline Dalmolin, Angela Zamin, Karine Moura Vieira e Marcia Veiga, e pelos mestrandos Alciane Baccin, Felipe Oliveira, Giovanni Rocha e Kellen Höehr.
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Mídias sociais e critérios de noticiabilidade na construção do Acontecimento Jornalístico Geisy Arruda – Uniban, por Alciane Nolibos Baccin (Unisinos)
Resumo: Este artigo é parte da investigação de mestrado que a autora desenvolve, com o objetivo principal de analisar a construção do “Acontecimento Jornalístico Geisy Arruda – Uniban”, a partir da postagem de vídeos no site YouTube no dia 22 de outubro de 2009, que ocorreu na Uniban de São Bernardo do Campo, de acordo com os estudos sobre acontecimento, mídias sociais e critérios de noticiabilidade. A hipótese inicial é de que a construção do acontecimento jornalístico tem se reconfigurado, a partir do avanço da utilização das mídias sociais pelos sujeitos como o YouTube, tensionando o processo linear de produção da notícia (emissor – mensagem – receptor). Neste recorte, é feita uma análise dos programas televisivos da Globo e da Record, e das revistas semanais Época, IstoÉ e Veja, no período de 22 de outubro a 22 de dezembro de 2009, acompanhando o fluxo do acontecimento jornalístico.
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O grito silencioso: revistas católicas e discurso sobre aborto, por Aline Dalmolin (Unisinos)
Resumo: O texto insere-se em pesquisa que enfoca o discurso sobre aborto em revistas católicas brasileiras nos anos 1980. O objeto desta análise é o discurso da matéria publicada na revista católica Rainha em abril de 1985, intitulada O grito silencioso. Inicialmente, observamos o contexto sócio-histórico que circunda a emergência desse discurso, situado na perspectiva da restauração conservadora da Igreja Católica. Na sequência, esboçamos uma aproximação teórica com a Análise de Discurso de linha francesa, articulada ao nível empírico através do mapeamento das formações discursivas e uma análise das designações. A observação evidencia o percurso do sujeito enunciador, que perpassa por diferentes posições, sem contudo romper com a formação discursiva dominante, que tem como núcleo a defesa do direito à vida.
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Rede informativa e a editoria de internacional: meios de comunicação como fontes em O Estado de S. Paulo, por Angela Zamin (Unisinos)
Resumo: Na produção jornalística, a objetivação de cada acontecimento envolve um conflito de perspectivas entre jornalistas e fontes pela definição do presente que nos cerca. Estes combates se estabelecem no discursivo, em meio a controles e pressões sociais pelo que dizer e como dizer, sendo conformados no interior de uma rede informativa estabelecida a partir de prioridades sobre as quais se concentram os esforços informativos de cada meio. Este artigo trata do uso de outros meios (jornais, rádios, TVs) pelo jornal O Estado de S. Paulo como fontes diretas na significação da crise diplomática entre Colômbia e Equador, no período de março de 2008 a agosto de 2009. Para tanto, orienta-se por um debate acerca das implicações do emprego de meios-fonte na produção jornalística que versa sobre ocorrências internacionais. Para uma análise no nível discursivo, serve de base um corpus de 307 peças da editoria de Internacional.
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Acontecimento jornalístico: a reforma agrária como campo problemático e objeto semiótico, por Felipe Oliveira (Unisinos)
Resumo: Este trabalho se propõe a discutir o acontecimento jornalístico a partir de uma visada teórica inspirada na semiótica de C.S. Peirce. Com o entendimento de que a notícia que representa os fenômenos sociais trata-se de um signo, constituído por lógicas diversas e que alimenta complexos processos de semiose, dedica-se a refletir sobre protestos promovidos pela Via Campesina no Rio Grande do Sul, em maio de 2011, e representados pelo jornal Correio do Povo, como estratégia dos movimentos sociais para chamar a atenção da sociedade às suas demandas. Apóia-se, também, na concepção de acontecimento em Louis Quéré, especialmente na idéia do poder hermenêutico que ele emana e na relação com a reforma agrária no Brasil como campo problemático que é, ao mesmo tempo, objeto semiótico.
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Explorações sobre as práticas de correspondentes internacionais e enviados especiais, por Giovanni Rocha (Unisinos)
Resumo: O trabalho apresenta os resultados parciais da pesquisa de dissertação do autor sobre as práticas de correspondentes estrangeiros e enviados especiais. Reúne um conjunto de livros escritos por repórteres e estudos sobre o jornalismo internacional a partir de práticas identificadas em pesquisa anterior, que apontava pistas para o uso da imprensa local por correspondentes internacionais. Os livros selecionados abordam os diferentes modos de trabalho em locais, épocas e formatos da profissão. Mesmo como resumo do trabalho de pesquisa, é possível apontar as diversas formas com que o jornalismo internacional se ampara na imprensa para a produção de seus discursos. As obras teóricas enriquecem a pesquisa contemplando o entendimento sobre as rotinas atuais, questões hierárquicas e os novos rumos do jornalismo internacional determinados pelas tecnologias de informação.
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Aventura da história de vida: o desafio de biografar no jornalismo, por Karine Moura Vieira (Unisinos)
Resumo: Este artigo trabalha a biografia e sua configuração no jornalismo enquanto reportagem. A reflexão inicia-se a partir da exposição de algumas das aporias do gênero biográfico na história e na literatura, berços da sua gênese, até a sua produção no jornalismo. Nesta perspectiva, faz-se uma discussão sobre o ethos jornalístico, a formação de identidade a partir da ordenação de um conjunto de princípios técnicos e deontológicos, e as dimensões do jornalismo, observando questões relativas ao contrato de comunicação e seu estabelecimento na reportagem biográfica. Por fim, discutem-se as possibilidades da biografia como um gênero jornalístico.
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O atropelamento dos ciclistas em Porto Alegre: da cobertura midiática aos colaboradores, por Kellen Höehr (Unisinos)
Resumo: O objetivo deste trabalho é compreender a cobertura do atropelamento dos ciclistas na cidade de Porto Alegre, segundo a perspectiva da colaboração do público no processo de construção das notícias do jornal Zero Hora em contraponto à Zero Hora Online, tendo em vista os conceitos de acontecimento de Louis Quéré (2005), assim como algumas contribuições de ordem sociológica, discursiva e antropológica de Cristina Ponte (2006). A partir da análise dos dois meios, percebemos os diferentes tipos de enquadramentos utilizados pelo veículo, seja em versão impressa ou online, revelando um campo problemático que busca respostas tanto por parte da sociedade como do poder público.
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Gênero: um ingrediente distintivo nas rotinas produtivas do jornalismo, por Marcia Veiga (UFRGS)
Resumo: Quais atributos serviriam como elementos distintivos nas relações profissionais dos jornalistas? Em que medida a hierarquia de distribuição do poder e do prestígio numa redação jornalística – entre os profissionais e as notícias – se assemelharia a escala de valores sociais hegemônicos produtores de desigualdades em nossa sociedade? Estas e outras questões que pude compreender através de minha pesquisa de mestrado, um estudo de newsmaking por cerca de três meses junto a um programa jornalístico na RBS TV, gostaria de partilhar agora neste artigo.
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(Angela Zamin)

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