26 outubro 2012

Encontro de novembro discute pesquisas de mestrandos

Estudantes que começaram o curso em 2012 apresentarão o estágio de suas pesquisas, com arguição de doutorandos e professores do GPJor.


O compartilhamento de experiências e a colaboração estão na pauta do último encontro do ano no Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor), marcado para o dia 19 de novembro, às 13h30min. Os mestrandos que ingressaram em 2012 no PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos, na Linha de Pesquisa Linguagem e Práticas Jornalísticas, falarão sobre o estágio atual de suas investigações. Em seguida, ouvirão a arguição dos colegas doutorandos e dos professores.

Para o professor Dr. Ronaldo Henn, embora esta não seja uma atividade regimental no curso de mestrado, trata-se de um momento importante para o andamento das pesquisas. “Os resultados nos últimos anos têm sido muito bons. Saem contribuições interessantíssimas para as bancas de qualificação”, argumenta. A ideia surgiu a partir das experiências bem-sucedidas dos Seminários de Tese do doutorado, que, aí sim, estão previstos no regimento do curso.

No encontro do mês de outubro, que ocorreu no dia 22, os professores coordenadores do GPJor falaram sobre suas pesquisas. A professora Dra. Christa Berger (na foto, durante sua exposição) está na fase inicial do projeto Da circulação de saberes: jornalismo e ciências sociais; Henn está na metade do projeto As transformações do acontecimento no webjornalismo; e a professora Dra. Beatriz Marocco conclui o projeto O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas.

SEMINÁRIO DE TESE – O encontro de novembro contará também com a reapresentação do trabalho preparado pela doutoranda Beatriz Sallet para o Seminário de Tese. Ela investiga processos de produção no fotojornalismo diante da ambiência constituída pela internet e pelas redes sociais. O título provisório da tese, orientada pelo professor Ronaldo Henn, é As transformações no fotojornalismo a partir das rotinas produtivas.

Dinâmica de trabalho

Cada um dos cinco mestrandos que ingressaram neste ano terá 10 minutos para falar sobre sua pesquisa. Em seguida, um doutorando e um dos três professores terá, cada um, 10 minutos para fazer as arguições. No final, mais 10 minutos serão dedicados ao debate com o grupo. Os doutorandos que farão arguições são: Antônia Costa; Carmen Abreu; Felipe de Oliveira; Karine Vieira; e Luís Fernando Assunção.

Os mestrandos devem produzir um texto com o relato do andamento de suas investigações, de até 12 páginas, com referências bibliográficas, e enviar aos professores até o meio-dia de 14 de novembro.

CONFRATERNIZAÇÃO - No final dos trabalhos, os membros do GPJor reúnem-se para uma confraternização de encerramento do ano, na própria Unisinos. Para confirmar presença é preciso mandar e-mail até o dia 14 de novembro para felipecomunica@gmail.com.

AS PESQUISAS DOS MESTRANDOS*

O enquadramento da notícia pela fotografia: a construção da imagem do cidadão comum nos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho
Mestranda: Carina Mersoni / Orientadora: Beatriz Marocco

Além da narrativa jornalística: Um estudo sobre as reportagens de Neide Duarte
Mestrando: Iuri Rodrigues / Orientadora: Beatriz Marocco

Paixão clubística no jornalismo esportivo gaúcho: mais um traço da identidade local
Mestrando: João Paulo Fontoura / Orientador: Ronaldo Henn

A credibilidade jornalística na web - O caso Amim Khader e o ambiente virtual
Mestrando: Pedro Barbosa / Orientadora: Christa Berger

Redação integrada: reconfigurações nas rotinas produtivas do jornal Zero Hora e construção de narrativas jornalísticas convergentes
Mestranda: Taís Seibt / Orientador: Ronaldo Henn

* Os títulos das dissertações ainda são provisórios.

(Texto: Felipe de Oliveira / Foto: Ronaldo Henn)

23 outubro 2012

Livro discute a entrevista na prática jornalística e na pesquisa acadêmica

Coletânea organizada por integrante do GPJor debate sobre os modos de pensar a entrevista e com a entrevista

A professora Beatriz Marocco, do GPJor, participará da mesa A academia na praça, durante a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre. A palestra terá as também professoras Gínia Maria Gomes, da UFRGS, e Maria Eunice Moreira, da PUCRS, e mediação de Clô Barcellos.

A atividade, que se inicia às 18h, na Sala Oeste do Santander Cultural, será sucedida pelo lançamento de três obras publicadas pela Libretos, sob o selo Universidade. Dentre elas, Entrevista - Na prática e na pesquisa organizado pela professora Beatriz Marocco. A sessão de autógrafos acontece no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul, às 20h.


O livro

O livro Entrevista - Na prática e na pesquisa (Libretros, 2012) é o segundo produzido no âmbito da pesquisa O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas, desenvolvida sob a coordenação da professora Beatriz Marocco e o financiamento do CNPq. O anterior, O jornalista e a prática: entrevistas (Editora Unisinos, 2012), reúne entrevistas com 14 jornalistas brasileiros e estrangeiros, enquanto este traz dez artigos de 12 pesquisadores.

As reflexões elaboradas versam sobre a função que pertence por antonomásia ao exercício dos jornalistas, a de entrevistador; também empregada como método de pesquisa por diversas áreas do conhecimento. Os textos da coletânea debatem sobre os modos de pensar a entrevista e com a entrevista.

Tais abordagens foram apresentadas em novembro de 2011 durante o 4º Seminário Aberto de Jornalismo, realizado em conjunto com o Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor / Unisinos / CNPq). Conforme destaca a professora Beatriz Marocco, “o pequeno círculo de estudiosos que se formou aceitou compartilhar entre si experiências variadas e oferecer reflexões para suprir a falta de textos metodológicos importantes, que tem levado o jornalismo a diálogos com outras áreas que trabalham a entrevista”.

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Os autores


A entrevista no jornalismo e na antropologia: pesquisando jornalistas

- Isabel Travancas, professora adjunta da ECO/UFRJ; jornalista, mestre em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ, doutora em Literatura Comparada pela UERJ; fez pós-doutorado no Programa de Pós Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional-UFRJ; é autora dos livros: O mundo dos jornalistas (Summus Editorial, 1993), O livro no jornal (Ateliê Editorial, 2001) e Juventude e televisão (FGV, 2007).

Conversando com jornalistas. A perspectiva do interacionismo simbólico
- Fábio Henrique Pereira, jornalista; professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília; doutor em Comunicação pela UnB; autor do livro Jornalistas-intelectuais no Brasil (Summus, 2011); editor do periódico internacional Sobre Jornalismo e subeditor do Observatório Mídia&Política; integra as redes pesquisa Reseau d'études sur le journalisme (REJ) e Grupo de Estudios sobre la profesión periodística.

A entrevista e seus artistas
- Carla Mühlhaus, jornalista, escritora e mestre em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ, onde defendeu dissertação sobre a entrevista jornalística; Por trás da Entrevista (Record, 2007) é resultado dessa pesquisa orientada por Heloisa Buarque de Hollanda e finalista do prêmio Jabuti.

A entrevista: 1 fundamento, 2 perguntas, 3 condições
- Luiz Cláudio Cunha, autor de Operação Condor – O Sequestro dos Uruguaios: uma reportagem dos tempos da ditadura e Assim morreu Tancredo; foi chefe de redação, em Brasília, das revistas Veja, IstoÉ e Afinal, além dos jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, Zero Hora e Diário da Indústria e Comércio.

A entrevista e seus personagens
- Rafael Guimaraens, jornalista pela PUC-RS; foi repórter, editor e secretario de redação do Coojornal, da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre. No jornal Diário do Sul, do grupo Gazeta Mercantil, atuou como editor de política. É autor de O Livrão e o Jornalzinho (infantil, 1997), Pôrto Alegre, Agôsto 61 (2001), Trem de Volta – Teatro de Equipe (com Mario de Almeida, 2003), Tragédia da Rua da Praia (2005), Teatro de Arena – Palco de Resistência (2007), Abaixo a repressão! (com Ivanir José Bortot, 2008) e A Enchente de 41 (2009).

A entrevista contada: estratégias, procedimentos e formatos
- Maria Jandyra Cavalcanti Cunha, doutora em Linguística pela Faculdade de Ciências Sociais da Lancaster University, Inglaterra, com estudos de pós-doutoramento em Linguística Aplicada (Unicamp) e em Comunicação (UnB). Foi professora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília e da Faculdade de Humanidades da West Indies University, no Caribe inglês. Hoje é pesquisadora associada no Programa de Pós-graduação em Comunicação da UnB.

A entrevista, um traçado aberto
- Daisi I. Vogel, jornalista com doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), instituição onde também atua como professora do Departamento de Jornalismo.

O questionário, a escuta das práticas e os comportamentos regulares no jornalismo
- Angela Zamin, jornalista com doutorado em Ciências da Comunicação pela Unisinos. Integra o Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor /CNPq / Unisinos).

As narrativas de si e os modos de operar na construção das práticas jornalísticas por jornalistas
- Karine Moura Vieira, jornalista, mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS, doutoranda em Ciências da Comunicação pela Unisinos, bolsista CAPES, membro do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor /CNPq / Unisinos).

- Marcia Veiga, jornalista, mestre e doutoranda em Comunicação e Informação pela UFRGS, bolsista CAPES, membro do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo(GPJor /CNPq / Unisinos).

- Thaís Furtado, jornalista, doutoranda em Comunicação e Informação pela UFRGS, professora dos cursos de Jornalismo e de Realização Audiovisual da Unisinos.

Entrevista como dispositivo de revelação do saber jornalístico
- Beatriz Marocco, jornalista, pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos; é líder do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor /CNPq / Unisinos); coordenadora da pesquisa “O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas”; organizadora da coletânea.

(Texto: Angela Zamin / Imagem: Divulgação)

12 outubro 2012

Professores expõem estágio de suas pesquisas

Pauta do encontro de outubro prevê discussão sobre investigações empreendidas pelos professores coordenadores do GPJor.


A pauta do encontro de outubro do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor) será dedicada à pesquisa dos professores coordenadores. Beatriz Marocco, Christa Berger e Ronaldo Henn falarão aos membros sobre o estágio atual das investigações que estão empreendendo atualmente. A reunião ocorre na próxima segunda-feira, dia 22, às 14h, nas salas de aula do PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos.

No encontro do mês passado (foto), as doutorandas Beatriz Sallet e Karine Vieira passaram pelo Seminário de Tese. Ambas falaram sobre o andamento de suas pesquisas e projetaram as próximas etapas. Ouviram críticas e sugestões dos professores e dos colegas de grupo. Houve ainda uma confraternização em razão da passagem do aniversário dos três professores, que comemoram as datas em setembro.

PRÓXIMO ENCONTRO - A última reunião do ano prevê a discussão sobre o andamento das pesquisas dos mestrados que ingressaram na linha de pesquisa Linguagem e Práticas Jornalísticas em 2012. Será no dia 19 de novembro, segunda-feira, às 14h. Não se trata de uma etapa regular do curso, mas é uma tradição do GPJor; uma oportunidade para que os estudantes colham sugestões à segunda metade de suas investigações.

As pesquisas

O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas (2010 – 2013)

O presente projeto de pesquisa pretende fazer uma análise do exercício do jornalismo e de suas práticas. Para tanto, propõe como ponto de partida a realização de entrevistas (Morin, 2000) com jornalistas que iluminem os procedimentos de controle discursivo que internalizaram e que fazem funcionar ininterruptamente no continente de uma espécie de pedagogia do jornalismo. Procedimentos externos, internos e nem totalmente externos nem internos (Foucault, 1996, Dent, 2008) delimitam o dizível: o que é permitido e o que é proibido nas ações dos jornalistas para que possam operar em uma ordem do discurso jornalístico, identificada com o presente que nos cerca e sob a égide de um regime de verdade que faz o jornalismo ser como ele é. Os conceitos de Foucault sobre formação discursiva, práticas, verdade, controle discursivo, entre outros, associadas ao empírico permitem que se possa deslocar o lugar da verdade do discurso acadêmico sobre o jornalismo para o âmbito do saber em que se pode analisar com acuidade a racionalidade das práticas e da formação discursiva jornalística.

Da circulação de saberes: jornalismo e ciências sociais (2012 – 2016)

Adotando como marco teórico estudos sobre o conhecimento, sobre a vida cotidiana e sobre o acontecimento, este projeto tem por objetivo investigar os desdobramentos dos saberes produzidos pelo discurso jornalístico nas formulações de cientistas sociais sobre a vida na sociedade contemporânea. Utilizam-se estudos já concluídos sobre coberturas jornalísticas e examinam-se matérias publicadas em jornais buscando referências que deem a conhecer como o mundo é narrado pelos jornalistas. Em outra direção, procura-se identificar na bibliografia de cientistas sociais publicados no Brasil marcas de incorporação do discurso jornalístico em suas análises acerca da sociedade contemporânea. O movimento da passagem da atualidade para o presente, ou do jornalismo para as ciências sociais, inscreve-se no desejo de aprofundar a hipótese perseguida desde projeto anterior, de que o jornalismo, ao capturar o tempo do instante, capta o espírito do agora e, assim, contribui para o reconhecimento do presente.

As transformações do acontecimento no webjornalismo (2010 – 2013)

A pesquisa propõe-se a investigar configurações de acontecimentos no webjornalismo. Parte-se do pressuposto de que já exista uma especificidade de acontecimento que atende as lógicas da web, principalmente aqueles cuja produção e difusão se dão a partir de plataformas e ferramentas digitais e online. Será feito monitoramento de três portais noticiosos de expressão nacional (UOL, Terra, G1) com a observação e catalogação das matérias que ganham destaque nos espaços mais nobres. O material será classificado através de categorias cuja construção obedecerá a critérios estabelecidos pelo próprio levantamento. Com isso pretende-se mapear uma tipologia de acontecimentos na web; identificar os ingredientes que produzem agendamento; categorizar os elementos noticiosos e sua hierarquização; analisar a natureza das ocorrências de maior irradiação; e cotejar as configurações destes processos com as teorias do acontecimento jornalístico constituídas. Do conjunto de material observado serão escolhidos seis casos que merecerão análise em profundidade orientada por pressupostos semióticos. A união dos dois procedimentos tende a proporcionar um quadro horizontal e vertical que revele tanto a superfície do processo de construção do acontecimento quanto os estados interiores em que ele se articula. A pesquisa prevê publicação de livro com os resultados e mais seis artigos referentes a cada análise em profundidade proposta.

(Texto: Felipe de Oliveira / Foto: Juliana Campos Chaves)

11 outubro 2012

Membros do GPJor ganham Prêmio Adelmo Genro Filho de Pesquisa em Jornalismo

Láurea da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo foi conquistada pelo doutor Frederico Tavares e pela mestranda Carina Mersoni.

Pesquisadores ligados ao Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo (GPJor) conquistaram pelo segundo ano consecutivo o Prêmio Adelmo Genro Filho de Pesquisa em Jornalismo.

O doutor Frederico Tavares e a mestranda Carina Mersoni foram os vencedores nas categorias doutorado e iniciação científica, respectivamente, da premiação oferecida pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor).

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Tavares recebeu o reconhecimento pela tese Ser revista e viver bem: um estudo de jornalismo a partir de Vida Simples, defendida na linha de pesquisa Linguagem e Práticas Jornalísticas (LP2) do PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos em 2011, sob a orientação da professora Christa Berger.

Carina, que ingressou no mestrado na mesma linha de pesquisa este ano e é orientada pela professora Beatriz Marocco, foi premiada pela monografia Fotojornalismo na imprensa tradicional e popular: as linguagens fotográficas dos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, orientada na Unisinos pela professora Beatriz Sallet, que é atualmente doutoranda na LP2.

Na categoria mestrado a vencedora foi Juliana Fernandes Teixeira, mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e a categoria sênior ficou com a pesquisadora Graça Caldas. A entrega da láurea ocorre durante o 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, em novembro, em Curitiba.

(Texto: Felipe de Oliveira, com informações de SBPJor)

02 outubro 2012

Participação no Lusocom

Júlia Capovilla (foto), mestra pelo PPGCC/Unisinos e integrante do GPJOr, participou do X Congresso da Lusocom – Comunicação, Cultura e Desenvolvimento, realizado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, de 27 a 29 de setembro. 

Na ocasião, a mestra apresentou o artigo "Na borda extrema do visível: discursos sobre identidade nacional nas fotorreportagens de Pierre Verger em O Cruzeiro (1946-1951)", que traz os resultados da pesquisa de mestrado. O trabalho foi apresentado na sessão 2 do GT Comunicação e representações identitárias, que teve moderação de Ana Isabel Rodríguez, da Universidade de Santiago de Compostela.

Na borda extrema do visível: discursos sobre identidade nacional nas fotorreportagens de Pierre Verger em O Cruzeiro (1946-1951)

Resumo: Como as reportagens fotográficas das festas populares do nordeste do Brasil, realizadas por Pierre Verger para a revista O Cruzeiro (1946-1951), se relacionam com a construção da nação brasileira na “Era Vargas”? Para responder a esta pergunta-problema, Michel Foucault (1926-1984) nos aponta um caminho: por meio dos discursos. Pretende-se, neste trabalho, discutir quais foram as contribuições das fotorreportagens de Pierre Verger para a construção de uma identidade nacional entre os anos de 1946 a 1951. Publicadas em O Cruzeiro, essas fotos propõem um jogo de invisibilidade e visibilidade ao articular o discurso do Estado, da revista e do próprio fotógrafo (“autor”), formando uma rede, sem, contudo, explicitar tal operação ou limitá-la ao que está dentro do quadro imagético. Tampouco, se trata de aprisionar tais fotografias num discurso pedagógico proposto a partir do Estado Novo, pois, ao mesmo tempo, elas apontam um esforço de escapar da episteme da época.
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(Texto: Júlia Capovilla / Foto: arquivo pessoal)