Júlia Capovilla (foto), mestra pelo PPGCC/Unisinos e integrante do GPJOr, participou do X Congresso da Lusocom – Comunicação, Cultura e Desenvolvimento, realizado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, de 27 a 29 de setembro.
Na ocasião, a mestra apresentou o artigo "Na borda extrema do visível: discursos sobre identidade nacional nas fotorreportagens de Pierre Verger em O Cruzeiro (1946-1951)", que traz os resultados da pesquisa de mestrado. O trabalho foi apresentado na sessão 2 do GT Comunicação e representações identitárias, que teve moderação de Ana Isabel Rodríguez, da Universidade de Santiago de Compostela.
Na borda extrema do visível: discursos sobre identidade nacional nas fotorreportagens de Pierre Verger em O Cruzeiro (1946-1951)
Resumo: Como as reportagens fotográficas das festas populares do nordeste do Brasil, realizadas por Pierre Verger para a revista O Cruzeiro (1946-1951), se relacionam com a construção da nação brasileira na “Era Vargas”? Para responder a esta pergunta-problema, Michel Foucault (1926-1984) nos aponta um caminho: por meio dos discursos. Pretende-se, neste trabalho, discutir quais foram as contribuições das fotorreportagens de Pierre Verger para a construção de uma identidade nacional entre os anos de 1946 a 1951. Publicadas em O Cruzeiro, essas fotos propõem um jogo de invisibilidade e visibilidade ao articular o discurso do Estado, da revista e do próprio fotógrafo (“autor”), formando uma rede, sem, contudo, explicitar tal operação ou limitá-la ao que está dentro do quadro imagético. Tampouco, se trata de aprisionar tais fotografias num discurso pedagógico proposto a partir do Estado Novo, pois, ao mesmo tempo, elas apontam um esforço de escapar da episteme da época.
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(Texto: Júlia Capovilla / Foto: arquivo pessoal)
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