18 fevereiro 2009

3. Há jornalismo público no Brasil?





O terceiro programa da Série Jornalismo Público dá continuidade ao debate iniciado nos dois primeiros acerca do uso, no Brasil, da expressão jornalismo público e também sobre a existência de um jornalismo deste tipo. A partir de um conjunto de indagações – há jornalismo público no Brasil? um meio comercial pode praticá-lo? ele está vinculado somente às tevês e rádios públicas, de fundações educativas e de governo? – o programa reúne quatro entrevistados, os professores Eugênio Bucci, da USP, e Luiz Martins da Silva, da UnB; a diretora de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação, Helena Chagas; e o jornalista e coordenador do Projeto Donos da Mídia no Brasil, James Görgen.
O professor Eugênio Bucci, pesquisador visitante da USP e ex-presidente da Radiobrás, diz da dificuldade em definir quem pode praticar jornalismo público. Para ele, "uma sociedade precisa de comunicação pública, além da modalidade de comunicação comercial, e o que dá a diferença de uma e de outra são as finalidades, a natureza do veículo em que ela é praticada e o modelo de gestão". A jornalista Helena Chagas, diretora de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação, responsável pela TV Brasil, tem opinião contrária, já que considera o jornalismo, de modo geral, como público. Segundo a jornalista, mesmo o jornalismo praticado "por veículos chamados comerciais, eles estão atendendo a uma concessão da sociedade e eles têm uma responsabilidade social".
Já o jornalista James Görgen, que integrou o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e o Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Piratini, mantenedora da TVE e da FM Cultura no Rio Grande do Sul, acredita que existam obstáculos à função pública do jornalismo, o que dificulta seu exercício em todos os espaços. Faz a ressalva de que "como ideal" defende o exercício em diferentes canais.
Para o professor Luiz Martins, as possibilidades de se fazer jornalismo público são múltiplas, mas resultam de diferenciais, como "informações estritamente de interesse público e não comercial, de utilidade pública e a informação como um serviço ao público".
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Para ouvir o programa, clique no player acima. Para baixá-lo, aqui.

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