01 agosto 2011

GPJor no Confibercom

Integrantes do GPJor participaram entre 31 de julho e 4 de agosto do 1° Congresso Mundial de Comunicação Ibero-Americana – CONFIBERCOM, promovido pela ECA/USP, Confederação Iberoamericana de Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Confibercom) e Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom).
O professor Ronaldo Henn, a doutoranda Beatriz Sallet e o mestrado Felipe Viero apresentaram no GT de Jornalismo os trabalhos “Jornalismo em rede: crise do acontecimento”, “Fotojornalismo: as reconfigurações do impresso para produção on line” e “Seja Jovem: o movimento e a construção dos sentidos sobre a velhice em Veja” (em co-autoria com a professora Marcia Franz Amaral, da UFSM), respectivamente. Já a mestranda Alciane Baccin apresentou o artigo “Por um desafio da ciência em confluir teorias e experimentações”, no GT de Espistemologia da Comunicação.
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Por um desafio da ciência em confluir teorias e experimentações, por Alciane Nolibos Baccin
Resumo: O desenvolvimento dos meios de comunicação afetou as formas de interação social transformando a sociedade. Essas mudanças estão suscitando transformações também no modo de compreender os processos de comunicação e a diversidade de saberes. Este artigo faz um exercício de reflexão sobre uma nova postura científica aberta às multiplicidades dos objetos, a subjetividade dos sujeitos e que entenda a produção do conhecimento como algo a ser construído no movimento contínuo do objeto. Desenvolvo alguns argumentos sobre a necessidade de uma postura científica que reconheça as fronteiras dos saberes como dinâmicas, que dê espaço às multievidências para conhecer e, só então, entender o objeto, que permita a confluência e o atravessamento de métodos. E essa postura aponta para a dimensão transmetodológica. Aproximo dessa perspectiva a cartografia como um método de investigação que dá conta da complexidade desse processo de produção do conhecimento. E proponho uma conversa entre transmetodologia e cartografia, colocando em jogo a multiplicidade derivada do singular.
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Fotojornalismo: as reconfigurações do impresso para produção on line, por Beatriz Sallet (Unisinos)
Resumo: neste artigo abordar-se-á o valor-notícia do fotojornalis mo, atravessado por dois momentos: o primeiro, permeado pelas rotinas produtivas da ordem do jornalismo impresso, cujas transformações decorreram do ingresso da tecnologia digital nos processos jornalísticos como um todo, resultando em desdobramentos de várias ordens nas rotinas produtivas (temporais, espaciais, conceituais, culturais, organizacionais etc.), as quais estamos percebendo em processo. O segundo, permeado pela circulação da produção fotojornalística na web e em convergência digital, na qual o fotojornalismo redefine seu fazer, inclusive no impresso. À luz de alguns autores, como Jorge Pedro Sousa, e de aspectos da pesquisa de Mestrado implementada pela autora sobre o assunto, pretende-se levantar algumas questões imbricadas nas reconfigurações/redefinições do fotojornalismo atual. Serão considerados aspectos como autoria – não mais restrita aos repórteres-fotográficos dos veículos, mas ampliada para quem está no lugar dos acontecimentos munido de qualquer tipo de dispositivo fotográfico –, tecnologia e necessidade de se perceber as mudanças que se configuram na qualidade da fotonotícia.
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Seja Jovem: o movimento e a construção dos sentidos sobre a velhice em Veja, por Felipe Viero (Unisinos)
Resumo: O objetivo central desta pesquisa é buscar responder, tendo como base o ano de 2009, como a revista semanal Veja constrói e movimenta sentidos em relação à velhice por meio de seu discurso. Os objetivos específicos são apreender quais aspectos da velhice são ressaltados e em quais Formações Discursivas eles se inserem. O aporte teórico-metodológico é a Análise de Discurso de linha francesa (AD), que partindo da materialidade do texto, mas não ficando restrita a ela, permite que os sentidos hegemônicos sejam mapeados, tendo como base a sua reiteração (movimento parafrástico), e que as Formações Discursivas (FDs) e Ideológicas (FIs), as quais constituem esses dizeres, sejam apreendidas. Baseando-se nas cento e oitenta e três Sequências Discursivas coletadas e nas três FDs e FIs encontradas foi possível perceber que os sentidos construídos e movimentados por Veja acerca da velhice a apontam, majoritariamente, como negativa, abstrata e possível de ser superada mediante práticas de caráter individual. Essa velhice é marcada pela definição da juventude como uma meta a ser obtida e pelos sinais do envelhecimento como traços a serem cotidianamente evitados.

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(Angela Zamin)

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