26 fevereiro 2009

9. A participação da sociedade





Um jornalismo focado no interesse social pode existir sem a participação da sociedade na sua definição? Pesquisadores ouvidos neste programa da Série Jornalismo Público indicam que não. Para que o jornalismo exercite seu caráter público, é necessário que o cidadão se envolva. Assim, o jornalismo público pressupõe um leitor, um telespectador ou um ouvinte que, de certa forma, seja também educado para o exercício do direito à informação.
Eugênio Bucci, ex-diretor da Radiobrás, faz a ressalva de que há a “necessidade de promover a participação da sociedade na definição de linhas editoriais, de pautas, promovendo um plano de diálogo”. Nesse sentido, o professor Luiz Martins da Silva, aponta para a importância da formação, tanto do cidadão, quanto da mídia, que passaria por três aspectos: educação para a mídia, a educação pela mídia e a educação da mídia.
O primeiro deles, educação para a mídia, trata da educação do leitor, do telespectador, no sentido de levá-lo a compreender “o que é a mídia, como você pode se valer da mídia, como você pode se socorrer na mídia; como a mídia pode lhe prestar um serviço”. Já a educação pela mídia, segundo Luiz Martins, passa pela transformação da mídia em “uma ferramenta auxiliar da educação”. O terceiro aspecto, a educação da mídia, envolve especialmente o terceiro setor e as advocacias de causas sociais e públicas, capazes de oferecer suporte especializado à mídia e disponibilizar conteúdos e fontes. Para o professor seria “uma espécie de jornalismo assistido pela fonte”. A proposição de Luiz Martins encontra eco na compreensão da presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Tereza Cruvinel, para quem a presença de pautas oriundas dos cidadãos e de entidades sociais no jornalismo “depende do grau de mobilização e de apropriação do canal público pela sociedade”.
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