20 fevereiro 2009

5. Jornalismo público e os canais privados





O professor Laurindo Leal Filho, da USP e da Cásper Líbero, vê com ressalvas a possibilidade de canais privados realizarem jornalismo público, “porque a lógica das emissoras comerciais é a audiência”. Conforme pontua, esses canais se valem de “breves flashes, de dramas pessoais”, ao invés de “matérias um pouco mais elaboradas, que necessitam de um pouco mais de reflexão” e que, por isso, podem colocar em risco a audiência.
Posição contrária assume o professor Luiz Martins da Silva, da UnB. Segundo o pesquisador, meios públicos e comerciais têm condições de praticar um jornalismo de caráter público, visto que “o que interessa é muito mais a finalidade e o resultado final”.
Para Laurindo Leal, a solução para efetiva implantação de um jornalismo de interesse cidadão e comprometido com a sociedade está nela mesma e no papel que deve ser exercido pelo Estado enquanto ente regulador. “A solução para o jornalismo mais comprometido com o cidadão nas emissoras privadas, não está dentro das emissoras privadas, está fora delas, está na sociedade e no Estado. A sociedade tem que exigir do Estado mecanismos democráticos”, conclui o professor.
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