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Grupo apresentou vídeo de jornalistas entrevistados
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A última mesa do 4º Seminário Aberto de Jornalismo, do GPJor, foi destinada para a professora Beatriz Marocco, do PPGCC/UNISINOS, e sua equipe de pesquisa apresentar detalhes do trabalho O Controle Discursivo que Toma Forma e Circula nas Práticas Jornalísticas. Assim como todo o encontro, parte da pesquisa está centrada na entrevista. É a metodologia empregada que pretende chegar nas práticas do mundo da redação através do discurso. Embora ainda em andamento, já foi possível refletir sobre algumas questões apontadas através dos dados elencados.
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Karine Vieira (Unisinos) |
Karine Moura Vieira, doutoranda da Unisinos, apresentou um vídeo em que editou trechos de entrevistas realizadas pelo grupo. Mais do que mostrar metodologicamente como opera a entrevista para a pesquisa, o objetivo foi reproduzir trechos dos pensamentos dos jornalistas Caco Barcelo, Alexandra Coelho, Celito de Grandi, Marta Gleich, Eliane Brum, Laurentino Gomes, Liliana Pithan, Núbia Silveira e Ricardo Stefanelli, entrevistados pela pesquisa, sobre trajetória de vida e na redação, ideias sobre jornalismo e reportagem. “Nesse vídeo, podemos ver dois lugares de fala de jornalistas: o repórter que continua repórter e o repórter que se desloca e passa a ser gestor”.
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Marcia Veiga (UFRGS) |
É a deixa para Marcia Veiga, doutoranda da UFRGS, entrar com suas percepções sobre as vivências pessoais desses profissionais que acabam atravessando a prática. “As experiências das próprias vidas são narradas pelos jornalistas até antes de entrar na profissão”, pontua. É como se as vivências fossem uma espécie de “forja” para esse ser que se põe ao exercício de escutar. E, além de toda essa experiência de vida e da necessidade de colocar o pé no barro e ir para rua no exercício da prática, os jornalistas destacam a importância da leitura. Claro que leitura, de um modo geral, é sempre vista como importante – e até fundamental – para o desenvolvimento de um jornalista. Mas a leitura de livros de outros jornalistas – os livros de repórteres – ocupa espaço importante no que os profissionais acreditam ser significativo na formação. Isso está também presente na reflexão de Thais Furtado, professora da Unisinos e doutoranda da UFRGS, sobre “como se aprende a ser jornalista”.
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Thais Furtado e Beatriz Marocco (Unisinos) |
Thais destaca que os jornalistas entrevistados falaram sobre aprender jornalismo na redação – fazendo, portanto – e poucos se referem à faculdade. “Quase todos são críticos com a Universidade e quase nenhum tem relação com a Universidade hoje”. Grande parte dos entrevistados considera a prática, os ensinamentos de outros repórteres, a leitura e a vocação pessoal como fatores importantes na concepção de um bom jornalista.
Como timoneira da pesquisa, Beatriz Marocco demonstra satisfação e entusiasmo com essas primeiras percepções levantadas pela pesquisa. Porém, o que parece empolgá-la ainda mais é o saldo desses dois dias de discussões no Seminário Aberto. Isso porque, além de destacar a importância de voltar o olhar para a prática jornalística, demonstra o papel da entrevista enquanto prática não só profissional, como também de pesquisa. "Descobrimos, todos juntos nesses dois dias, a riqueza da entrevista", comemora Beatriz.
Os trabalhos discutidos no Seminário Aberto irão compor um dos livros que trará resultados da pesquisa coordenada pela professora Beatriz Marocco.
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(Texto: João Vitor Santos)
(Fotos: Beatriz Sallet e Angela Zamin)